sexta-feira, janeiro 08, 2010

festa da cumeeira

Olhou para o longe e primeiro viu o suor. Escorria pelo rosto e, lentamente, caía pelos ombros. Por vezes, a mão interrompia o percurso daquela gota quente. Ou a boca, que sorvia aquele líquido salgado como se fosse o café doce que costumava beber quando se sentia distante. Cada gota reluzia pela claridade do sol como se soubesse que em breve explodiria em milhares de gotículas, certamente imperceptíveis àquela distância. Procurava descrever mentalmente o trajeto de cada uma delas, como para gravar aquele percurso que – sabia – iria querer se lembrar depois.

Não via mais nada.
Não queria ver mais nada.

Faria uma festa, ao sol.
Precisava confundir o trajeto daquele suor com o seu.

Um comentário:

Henrique disse...

super câmera e propaganda de cerveja